segunda-feira, 2 de agosto de 2010

um dia vou ter de esqueçer.

Ainda sinto o toque forte, brusco e pesado das suas mãos, ainda oiço as palavras rudes e raivosas que naquele momento perfuravam a minha consciência. Não consigo esquecer a velocidade do meu coração á medida que caminhava apressadamente, para por fim ao pesadelo.
Lembro-me de cada palavra como se fosse pronunciada neste mesmo instante, lembro-me que naquele momento não acreditava em nada do que estava a acontecer, embora não fosse novidade para mim nem metade de que se estava realmente a passar.
Passou-me mil e uma barbaridades pela cabeça. Tentei desculpa-lo, tentei desculpar-me, mas nem todas as desculpas do mundo, iriam justificar o que tinha acabado de acontecer.
Quando dei a cara pela ultima vez, com muito esforço, regressei a casa com as lágrimas a escorrerem com uma velocidade incontrolável pelas minhas faces. Fechei a porta do meu quarto e deslizei sobre o chão. Fiquei lá até o sol nascer. Apenas ouvia o meu soluçar, enquanto limpava as lágrimas com a manga da minha camisa.
Não me lembro bem dos pensamentos que me ocorreram naquele momento. Sei que pensei muito. Sei que arranjei muitas forças para esquecer o que se tinha passado. Tentei com que a desilusão não se instalar mais uma vez. Tentei tirar cada imagem da minha cabeça. Tentei ignorar a recordação de cada palavra dita. Mas não consegui.
É inevitavelmente impossivel. O que doí mais, é que sei que se fosse por ele, tinha acontecido tudo tal e qual da mesma maneira.
É certo que ninguém disse que iria ser fácil, mas eu nunca pensei que fosse tão difícil.

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